Eu sei que já fiz mais que os outros: menti, é claro, e vou continuar mentindo, mas por escolha. Nós, escritores, somos mentirosos. Falamos sobre fios de espada, com as mãos moles. Falamos sobre acampamento e cascos de cavalo, cheiro de vinho, axila, merda e sangue. Mas tomamos chá. Falamos de mulheres com lábios entreabertos, de amores ebulindo no esterno e na virilha — fechados em nossos quartinhos, debruçados em nossos papéis. Todo escritor tem vergonha. Quem somos nós para falar de tudo isso? Esta história não é minha, e nem estou fingindo que seja toda verdadeira. Vou estofar como bonecos todas as partes que não vi. Meus personagens falarão com vozes precisas, estudadas; talvez eu aplaine uma verruga ou estreite um nariz. Mas, no meio das mentiras, está o que eu presenciei, e é por isso que vale a pena escrever. Contar à história que não é minha, é do meu protagonista.
“Trecho retirado do livro O Caçador de Apóstolos - Preview, disponibilizado pela Editora Jambô. Que é de autoria de Leonel Caldeia. Fica a dica, comprem o livro!”.
EM BUSCA DE VINGANÇA - PRIMEIRA PARTE
Lá estava eu, com apenas 15 anos de idade escondido atrás de uma porta, vendo aquela cena horrível e inesquecível. Com lágrimas nos olhos, e um enorme medo, medo de que me achassem, medo de ser descoberto, e... de sofrer as conseqüências disso.
Momentos atrás:
-Abram a porta seus desgraçados, a hora de vocês chegou, espero que estejam prontos para morrer. - Grita uma voz grossa, de homem, em um tom de raiva.
-O que está acontecendo papai, quem será, e o que quem? - Perguntei ao meu pai, com a voz tremula, e com um sentimento de medo e angústia.
Nesse momento minha mãe olha para mim e para meu pai, com um olhar de puro medo. Mas medo de que? Pela expressão dela deveria ser uma coisa horrível...
-A hora chegou amor. Meu filho, se esconda atrás daquela porta, e por circunstância nenhuma fale alguma coisa, e fique até lá, até que tudo acabe. Rápido! - Diz meu pai, olhando fixamente para mim, com uma voz precisa e convicta, mas mesmo assim, um pouco tremula e falha.
E eu sem entender nada fui puxado pela mim mãe, que estava chorando. O olhar dele me dizia tudo. Aquilo era uma despedida. Mas novamente me perguntava o por que? O que estava acontecendo, por que este medo? E quem são esses homens ai na porta, e o que eles queriam? E esperava muito que essas perguntas pudessem ser respondidas pelos meus pais.
Fui correndo para trás da porta, e novamente escutava os gritos daqueles brutos... Apos ouvir os gritos raivosos dos homens, meu pai disse a minha mãe:
-Vamos, teremos que enfrentá-los, o momento chegou, este é o momento, esta é a hora.
-Está certo, vamos logo.
Nesse momento os dois dão as mãos e vão a direção da porta. No meio do caminho, a porta é arrombada pelos homens. Que estavam bem armados e com expressões raivosas, com um ódio profundo e imenso.
Quando os vi, tinha certeza que alguém morreria, e em tais circunstâncias eram ou os meus pais, eu aqueles homens, e eu esperava do fundo de minha alma que não fossem meus pais. Mas as situações não eram vantajosas para meus pais, três contra dois... eles estavam em clara desvantagem. Mesmo assim acreditava que meus pais venceriam o que era pra ser vencido, e fizessem aqueles homens irem embora, e para nunca mais se arriscarem a voltar.
Não sabia quem eram eles, ladrões, não poderia ser, meus pais estavam esperando por isso, membros do reino talvez, mas não conseguia pensar muito bem, meu sangue estava frio, e meu suor se misturava com minhas lagrimas que percorriam os traços do meu nariz até chagar a minha boca, não conseguia nem piscar, de tanto medo.
E se eu fosse descoberto, o que eu iria fazer. E se meus pais fossem mortos, o que iria fazer para seguir minha vida?
Naquele momento, o que eu não queria que acontecesse, aconteceu. Houve uma imensa batalha entre meus pais e aqueles homens. Eu realmente acreditava que méis pais poderiam surrar a cara daqueles tiranos, pois eles já tinham sido excelentes aventureiros quando jovens. Mas infelizmente, não foi bem isso que aconteceu, aqueles homens eram bem mais fortes e habilidosos.
Quando vi meus pais apanharem daqueles brutos eu me desesperei, foi ai que meu suor caiu mais frio... Aqueles homens eram frios, com certeza eles já eram acostumados a matar, eles eram verdadeiros demônios, enquanto eles espancavam meus pais eles riam... Aquilo me deu um ódio imenso daqueles caras, mas eu não podia fazer nada, se eu fosse lá, com certeza eles me matariam, mas ver aquilo era horrível.
A minha sorte é que eles eram burros, após matarem meus pais eles foram embora sem vasculhar a resto da casa, por minha sorte...
Esperei algumas horas atrás daquela porta, até sair e ver o corpo deles lá, caídos, inchados, uma cena horrível, inesquecível. E naquele momento eu decidi que ia me vingar daqueles monstros.
Seja quem for o mandante, a força maior, se tiver uma, eu matarei todas.
Pequei uma mala, coloquei alguns equipamentos, e sai correndo, com os sapatos sujos de sangue, sem olhar para trás, EM BUSCA DE VINGANÇA!
Esse conto foi criado por mim Raul "Gash" Paixão. Ele pode ser distribuido mas sem fins lucrativos, sem mudanças, e com os devidos créditos.
Gostaria de pedir desculpas pelos erros de gramática, e etc. Obrigado pela compreensão.
Por hoje é só, espero que tenham gostado da primeira parte do conto, e que tenham ficado curiosos para saber mais sobre a vida do garoto, e para saber qual era o motivo daquilo. Continue acessando o Elfo Arqueiro 3D&T, que em breve vocês poderão ler à parte 2.
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